terça-feira, 22 de junho de 2010

Capítulo 33: França x África do Sul - Milagre Sacaneado

O jogo precisava de um milagre, independente do lado, para passar de um mero amistoso de despedida. Mandela avisara os sul-africanos para fazer um milagre, longo do que o próprio fizera anos atrás, mas também um milagre. E ainda era necessário secar para que Uruguai e México não fizessem um jogo de compadres. E mesmo assim, ainda era preciso de uma goleada.

Contudo, a França parecia disposta a tal feito, a tal milagre. Logo com dois minutinhos já deu um susto. A imagem de uma França avassaladora, porém, é tão real quanto a legitimidade do gol que levou a França para esta Copa. - e que, muitos só iriam esquecer após a eliminação concreta dos Bleus.

Só que a promessa de jogo emocionante logo foi para o espaço. Mudou de galáxia. Ou melhor, de estádio. E no capítulo 34 os amigos poderão entender o porquê.

O fato é que o sistema simpático do jogo parou, a adrenalinha foi para a porra do sistema nervoso, e só sobrou o sistema parassimpático. Aliás, nem isso. Sobrou um coração com um batimento por minuto. O coração precisava de sangue, para salvar o jogo.

E ele foi adicionado. Khumalo, cujo nome pode apresentar derivações nada agradáveis, foi muito bonzinho com os sul-africanos, e cabeceou bem, fazendo 1x0. Eram 21 minutos. O jogo mudou completamente.

A ridícula selção francesa- e ridícula em vários aspectos: técnico horrível, time mal escalado, falta de comando (nem na várzea paulista há tanta zona como na seleção francesa. Aliás, nem nos puteiros da Rua Augusta...) etc etc etc - viu que precisava jogar um pouco para não piorar ainda mais sua imagem e, mesmo sem espelho para observar seus indescritíveis erros, partiu para cima.

A partida ficou aberta, com chance para os dois lados, porém, quem marcou foi a África do Sul, com Mphela. Um lance pra lá de esquisito, e falha do substituto de Evra, Clichy. Um lance que mostra a organização desta França na Copa de 2010. 2x0.

Antes disso, Goucurff confundira um sul-africano com Domenech e, querendo descontar a raiva contida nos 23 jogadores franceses - aliás, 22, Anelka estava fora - enfiou o cotovelo. O juiz Oscar Ruiz, sem a capacidade de interpretação sentimental, o expulsou.

No intervalo, chega a notícia do gol uruguaio. Mais dois gols, com um a mais, e a vaga seria africana. O jeito era partir para cima.

Mphela, sozinho, teve três boas chances. Fosse McCarthy, faria duas certamente. Mas Parreira o preteriu por estar "gordo" - e levou Adriano e Ronaldo em 2006, os quais, juntos, possuem o mesmo peso de toda seleção sula-fricana. E assim, perdeu. Tshabalala teve sua oportunidade, e também desperdiçou.

Contudo, tinha que ter uma tragédia. Ela veio. Com um a mais, a África do Sul provou ser mesmo treinada por Joel N. Santana Carlos Alberto Parreira,e levou o gol. Malouda. É, a França fez gol. Essa França fazer gol é uma blasfêmia. Um insulto a Cristo no auge da Igreja Católica. O maior absurdo desta Copa, depois, é claro, do imbatível pedido de TOQUE DE MÃO, do Henry, na primeira rodada.

Um absurdo desses acaba com qualquer ânimo ou tesão de jogar. A França não faria outro. Seria sacanagem demais, daquelas para se passar em canal privé.

E ficou no 2x1. Uma última alegria para sul-africanos. Mais um vexame francês. E dá-lhe Pizza Hut na Irlanda!

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