terça-feira, 22 de junho de 2010

Capítulo 35: Argentina x Grécia - Fim da epopéia

A Argentina estava classificada. Não na matemática, mas na prática. A outra vaga estava em aberto. E uma das candidatas era justamente o adversário argentino, a Grécia. Esta, contudo, precisava vencer. E vencer a Argentina era algo muito mais difícil do que a já Vitória Homérica diante da Nigéria. Aliás, não há o menor indício de que um dia a Grécia venceu ou venceria a Argentina jogando futebol. Nem no playstation. Nem nas aventuras homéricas. (e o link acima explica essas aventuras homéricas, as quais não são Ilíada ou Odisséia, se assim parecem)

Jogando ao mesmo tempo, Coréia do Sul e principalmente a Nigéria, contavam com uma forcinha argentina. E confiar na Argentina, acreditem, é roubada. Não sendo algo em benefício dos próprios, é bem possível que estes não façam lá grande esforço para ajudar. Não é do feitio. Nem da cultura. Nem da educação. Aliás, educação?

Dito e feito. O primeiro tempo tinha proposta grega de empate. E a Argentina a aceitou com uma passividade ímpar. Claro, não o faria se tivesse de vencer a partida. Como empatar servia, para que ajudar outras seleções? Quem mandou depender da Argentina?

A rigor, apenas dois lances argentinos na primeira etapa. Uma jogada de Messi e outra aos 45, já com Maradona bufando de raiva. Muito pouco. Nem é preciso dizer que, em igualdade numérica, o time grego não passava do meio de campo. Samaras tinha sido escalado para dar maior ofensividade, contudo, neste jogo, nem que o escalado fosse Posseidôn.

No primeiro lance da segunda etapa, quase o imponderável, o mítico, o místico, o inexplicável, o inexorável aconteceu. Quase. Samaras aproveitou (outra) falha de Demichelis, e bateu passando rente à trave.

O gol não saiu por três motivos: a Grécia já fez gol demais nesta Copa para uma Grécia, nem o mais heróico relato de Homero cogitava gol grego na Argentina e Samaras é Samaras... Aqui, neste caso, talvez jogando Poseidôn o gol saísse. Talvez...

A Grécia ia conseguindo segurar a Argentina. Mas um time ruim como o grego não levar um gol sequer dos "hermanos" era demais. Muita blasfêmia para um dia só. Sacanagem que nem a playboy consegue traduzir.

Então, a "fortuna" resolveu entrar em ação. E castigou os gregos da pior maneira possível: levando gol de Demichelis. 1x0. Só que 1x0 era pouco, e a Grécia já tinha feito pontos demais. O saldo precisava ficar mais negativo. E Palermo resolveu. 2X0.

E ainda busca-se a verdadeira epopéia grega que, quem sabe, continuará a ser escrita em 2014.

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