domingo, 11 de julho de 2010

Epílogo - Espanha x Holanda - Deu Espanha!

Uma final inédita, como queria este rabiscador que vos escreve. Assim aconteceu. Um campeão inédito, como também queira este mesmo rabiscador. Assim também ocorreu. E ganhou justamente o time que este queria, a Espanha. Mas antes, cabe uma observação.

Quem acompanhou os "capítulos" desta Copa, deve estar se perguntando o que aconteceu com "minha" Holanda. Simples, a Holanda que tinha minha torcida era uma Holanda ofensiva, baseada nos timaços que já teve na história. Essa Holanda sendo campeã acabaria de vez com as esperanças do jogo bonito. Melhor perder e retomar esse ideal...

A final prometia. Sneijder e Robben pela Holanda. Contra uma dúzia de bons jogadores da Espanha, e isso sem falar nos "reservas" Torres e Fábregas. Os dez primeiros minutos demonstravam isso. Três boas chances criadas, e um passeio espanhol.

A Holanda fez igual contra o Brasil, só quis saber de cair, se jogar, marcar e arrumar confusão. Isso, definitivamente, não merece torcida alguma. Só que tal ato irritou os espanhóis. Como irritara os brasileiros. Tudo que os holandeses queriam, em ambos os casos, era tentar mudar o pensamento de Brasil e Espanha, visando igualar uma evidente diferença técnica.

E, tal como os brasileiros, os espanhóis caíram como patinhos. Não despencaram emocionalmente, a chave para a derrota das quartas sul-americana, mas pararam de jogar. Preocuparam-se em entrar na pancadaria geral que se estabeleceu em campo. Aí escuto que o juiz foi mal. Porra, os times não querem jogar, o que pode fazer o juiz além de dar cartões? Foi o que ele fez. E só vi erro ao não expulsar De Jong.

Na boa, que seleção "joga bonito" é essa que só bate e se joga? E nisso a Holanda enrolou o jogo. Até que Sneijder encaixou um contra-ataque. Diga-se, essa Holanda, neste aspecto, é igual ao Brasil. Ao menos durante ESTA Copa. Ambos têm um contra-ataque forte. E só. Esperam uma arrancada ou enfiada de bola de Kaká ou Sneijder, ou uma jogada de habilidade de Robinho ou Robben. E a zaga deles, diferente da nossa, é uma merda.

A Espanha só foi lembrar que precisava jogar ao ver esta tal jogada de Robben, que Casillas salvou. Mas não deixa de ser gol perdido. Acordando, no lance seguinte Villa quase marcou. O futebol voltava, especialmente com os espanhóis. Sérgio Ramos perdeu gol incrível. No final, Robben teve outra chance, e mais uma vez Casillas salvou.

No final do jogo, Fábregas entrou. E entrou bem demais, fazendo a Espanha jogar, juntamente com Xavi, que fazia boa partida. Com isso, colocou Iniesta, até então mal, no jogo. E o que se viu na prorrogação foi um ataque contra defesa.

O próprio Fábregas perdeu sua chance, mas a Espanha criava. Tocava a bola. Cansava o adversário. A Holanda precisava ter um expulso. Continuou com seu joguinho chato, mas a Espanha já não estava nem aí. Depois de ficar com um a mais, era esperar o gol. Ele veio, com Iniesta. 1x0. Não dava mais para recuperar, e restou aos holandeses reclamarem da arbitragem. Com que moral, eu não sei. Aliás, time que "Joga bonito" lá precisa reclamar de arbitragem?

E assim, a Espanha ganhou. Foi campeã. O rabiscador agradece. O futebol agradece.

Sei que milhares vão dizer que a Espanha, a grande Espanha, o "futebol bonito" da Espanha fez praticamente metade dos gols dessa Holanda (12 contra 8, pela memória) só "contra-ataque", e que Villa, um único jogador, fez a maioria dos poucos gols espanhóis. Dirão ainda, que esse ótimo jogo espanhol venceu por apenas 1x0 todos os jogos de mata-mata. E que conseguiu perder da Suíça. Mas futebol bem jogado não se resume a dribles e goleadas.

Pensando jogo-a-jogo nesta Copa. Perdeu da Suíça, mas jogou bem, mandando bola na trave e vários chutes raspando o gol. Contra Honduras brincou. Fez dois, perdeu pênalti. Porém, sendo Honduras, era obrigação mesmo brincar. Contra o Chile fez 2x0, e não fez mais porque quis parar. Nas oitavas, contra Portugal, jogou bem e logo no começo criou diversas chances - e a crítica aqui foi justamente de preciosismo. Diante do Paraguai, sim, um jogo fraco. Mas compensou com um vareio diante da Alemanha, a temida Alemanha, a qual não passou do meio-campo.

Tudo isso com ampla posse de bola. E uma baita defesa. Apenas dois gols sofridos. Irônico o time ofensivo ter a melhor defesa, não? Não. Previsível, inclusive. Em todos os seus jogos, a Fúria teve 60 e poucos porcento de posse de bola. Com a bola, não há como ser atacada. Toques rápidos, envolventes, também são bonitos de se ver. Enfim. A Espanha não deu show. O futebol mais bonito da Copa não foi espanhol. Mas para o bem do futebol, é melhor que ganhe o toque de bola do que a pancadaria com encenações bizarras.

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E aos que reclamaram do futebol desta Copa, terça-feira ta aí com Icasa x Paraná e Coritiba x Bragantino.

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